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Liderança, Pessoas e Visão Estratégica: os fatores-chave para impulsionar a transformação tecnológica nas empresas

22.02.2024
Liderança, Pessoas e Visão Estratégica: os fatores-chave para impulsionar a transformação tecnológica nas empresas
Vivemos numa era em que, mais do que nunca, a tecnologia está muito disponível, mas, apesar disso, ainda demora muito a ser implementada no negócio core e operacional das empresas. 

Quantas vezes nos deparamos com notícias a falar em tecnologias de automação, como robotização, captura de dados, inteligência artificial e, no entanto, em muitas empresas, continuamos a ver processos extremamente manuais e morosos, o que impede a realização de atividades que trazem mais valor para o cliente?  

Então o que está a falhar? Já lá vamos. Já vos darei a minha visão, mas antes queria chamar a atenção para algumas temáticas que aconteceram nos últimos meses e que, nada mais, nada menos, são como uma nova revolução, tal como assistimos no início da democratização dos computadores, emails e Internet. 

Continua a chegar a uma velocidade vertiginosa, mais e melhor tecnologia, e começamos a ouvir falar em inteligência artificial generativa, computação quântica. Tentamos ser rápidos a tentar processar, estar na linha da frente, mas o ritmo de implementação não tem acompanhado o ritmo de evolução das tecnologias. 

Voltando à pergunta, o que está a falhar? Interessante que a resposta é: Falta sempre alguma coisa, menos a tecnologia. 

E como podemos ultrapassar este cenário?  A resposta está na liderança e nas pessoas. À primeira vista, pode parecer uma frase clássica e feita, mas permitam-me complementar: 

- Definir e comunicar a visão e o caminho, mas, acima de tudo, mostrar e explicar todos os "passos de bebé” e as pequenas entregas que têm de ser feitas para lá chegar. Se quisermos logo a visão, condenamo-nos ao fracasso. Como diria o ditado popular: "grão-a-grão, enche a galinha o papo”. 

- Liderança forte que indique o caminho, sem vacilar. As pessoas têm tendência de reagir negativamente à mudança, porque desconhecem o que vai acontecer mais à frente. Por isso, pequenas entregas, que ajudem no dia-a-dia das pessoas, geram confiança na estratégia. 

- Investir em pessoas comprometidas, com agreguem experiência e juventude. Dar autonomia e liberdade para que se sintam "donos do próprio negócio”. 

- "Retirar” colaboradores do trabalho do dia-a-dia e alocá-los a projetos de mudança. Deve colocar-se os melhores nos processos de mudança e exclusivos. 

- Nunca fazer mudanças com o objetivo de reduzir pessoas, mas sim de convertê-las para funções de maior valor para o cliente.  

- Humanizar a tecnologia: a tecnologia deverá ser um facilitador do ser humano. Não vale a pena ter uma experiência tecnológica, quando não se cumpre o que se promete em forma e tempo, quando não existe resposta quando algo sai do normal, quando não entendemos que todos os clientes são diferentes. 

Em suma: vamos olhar primeiro para as pessoas. Para depois, sim, ver como a tecnologia nos pode ajudar. Tudo andará mais rápido e a velocidade que se pretende poderá ser alcançada, do mesmo modo que se tem verificado com a evolução da tecnologia. Lembrando a frase bem conhecida dos ouvintes de rádio em Portugal: "Já agora, vale a pena pensar nisto”. 

 


Por João Vieira, Diretor Geral de Operações e Sistemas de Informação 
Publicado na Revista Aspectos